A importância do planejamento na concepção do treinamento

Durante o processo de treinamento, qualquer negligência nos tipos de preparação física, técnica, tática e psicológica pode interferir no desempenho da performance. Portanto, o ideal seria saber como trabalhar cada fator e em que momento do treinamento o fator tem maior importância, para assim termos a evolução do time e da performance . Assim, faz-se necessário, a priori, entender que o planejamento prévio é imprescindível para estruturar uma periodização de treinamento, uma vez que a periodização será a base para o planejamento do treinamento. Nesse sentido, a fim de que o treinamento seja eficiente, o planejamento tem de observar um desenvolvimento progressivo consoante as variáveis fisiológicas, efetuando uma planificação do conteúdo. Com efeito, sabe-se que em todas as modalidades esportivas deve-se analisar o perfil individual do praticante com o objetivo específico de alcançar um alto rendimento por meio de uma preparação sistemática.

À vista disso, no processo de planejamento o educador físico deve ter conhecimento acerca da temática, a fim de que possa compreender o indivíduo ou indivíduos em questão. Nesse prisma, o plano a ser elaborado dever programado de forma objetiva e flexível, uma vez que este poderá ser ajustado frequentemente de acordo com a evolução do indivíduo. Logo, ao produzir de um plano de treino faz-se necessário sistematizar as variáveis, as quais dão a direção e a orientação para este planejamento. Para ser bem-sucedido em uma modalidade desportiva, o atleta necessita de uma técnica perfeita, ou seja, precisa desempenhar da forma mais eficiente e racional possível um exercício .

Planejamento de aprendizagem

Nesse prisma, todo planejamento de treino de ser realizado tanto a curto prazo quanto a longo prazo, visto que se busca uma progressão continua. Assim, no plano de preparação do indivíduo, de acordo com ZAKHAROV & GOMES , destaca-se os quatro níveis de organização: sessão de treinamento, macrociclo, microciclo, e mesociclo. A sessão de treinamento visa, por meio da repetição, melhorar as habilidades. Já o macrociclo compreende o período de preparação, de competição e de transição. Ademais, o microciclo é dividido em quatro fases: o desenvolvimento compreende no âmbito específico ou global; a preparação visa-se aplicar o que foi desenvolvido para o desempenho específico; a competição busca-se a elaboração de atividades para os dias pré e pós uma competição; outrossim, o regenerativo objetiva recuperar o desgaste obtidos. Por fim, o mesociclo apresenta a parte da estrutura de preparativo do indivíduo que engloba uma série de microciclos, os quais abrangem séries de treino ou competições supervisionadas para o resultado das incumbências de um macrociclo.

Assim, para o objetivo exitoso em um plano de treinamento, este deve ser subdivido em períodos pré-estabelecidos, a fim de obter uma melhor produtividade. Ante a imprescindibilidade de sistematizar o processo de treino em etapas, é que vai acontecer a periodização. Dessa maneira, a periodização do treinamento deve ser compreendida como uma divisão organizada do treinamento anual ou semestral dos agentes visando de prepará-los para alcançar determinados objetivos pré-estabelecidos; obter um grande resultado competitivo em certo ponto culminante na temporada esportiva, isto é, obter a forma esportiva por intermédio da dinâmica das cargas de treinamento ajustadas ao seu ponto máximo em esse momento .

De acordo com Dantas  periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos intermediários perfeitamente estabelecidos, respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo e as características dos indivíduos. Dentro desse contexto, o trabalho desempenhado na periodização deve está embasado nos princípios científicos do treinamento do exercício físico, visto que estes são requisitos na escolha e na formação dos componentes, os quais serão planificados ao organizar o treino.

Acerca dos princípios, alguns merecem destaque:

1. Princípio das diferenças individuais: Todo ser humano deve ser individualizado, pois ao nascer este tem uma composição corporal, aptidão, somatótipo, os quais devem ser observados na construção de um planejamento de treino.
2. Princípio da adaptação: ao iniciar um plano de treino, este é prescrito de uma forma, com a progressão do indivíduo nos treinos, o plano deve sofre reajustes a fim de se adaptar as condições atuais.
3. Princípio da continuidade: no processo de treinamento haverá uma progressão da capacidade de desempenho atlético.
4. Princípio da durabilidade: o treino deve promover uma estabilidade das capacidades adquiridas, da condição e da coordenação adquirida no decorre do tempo, sem perder as suas qualidades.

Portanto, ao se analisar o processo de elaboração de treinamento, o educador físico deve dimensionar e sistematiza todos os elementos necessários para construção do plano, pois é preciso realizar avaliações (antropométrica, morfológica, neuromotora e metabólica), com a finalidade de dar subsídios concretos para adaptação das condições físicas do agente. Dessa maneira, haverá a possibilidade de enfatizar quais serão as necessidade para periodização do treino. Conforme Bompa , “os treinadores precisam, portanto, empregar o conceito de realização cíclica do plano de treinamento e esforçar-se na exposição de padrões ou objetivos para o desempenho que vai maximizar o potencial do atleta de sucesso”.

Por fim, após as avaliações previas o imperioso que o profissional de educação física elabore as estratégias necessárias para sustentar a planificação do macrociclo de treinamento, programando que desenvolvam os componentes preparação desportiva. Isso para atender as demandas das diferentes etapas por onde transita o processo de treinamento e preparação esportiva no sentido geral. Assim, será possível a execução de ações metodológicas, as quais atenderam as demandas da preparação desde o curto ao longo prazo.

Referências

BOMPA, T. O. Treinamento total para jovens campeões. Tradução Cássia Maria Nasser. Revisão Cientifica de Aylton J. Barueri: Manole, 2002.
HERNANDES Junior, B. D. O. O treinamento Desportivo. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
OLIVEIRA, A. L. B.; SEQUEIROS, J. L. S.; DANTAS, E.H.M. Estudo comparativo entre o modelo de periodização clássica de Matveev e o modelo de Periodização por blocos de Verkhoshanski. Fitness & Performance Journal, v. 4, n. 6, p. 358 – 362, 2005.
Mc. Farlane, B. Princípios básicos de la Periodizacion del entrenamiento deportivo ed. stadium, Buenos Aries, 1986.
Moura, João Augusto Reis de. Organização e planejamento do treinamento desportivo/ João Augusto Reis de Moura. Indaial: Uniasselvi, 2012.
Vinotti, Tiago Costesini. Teoria do treinamento desportivo/ Tiago Costesini Vinotti. Indaial: Uniasselvi, 2012.
ZAKHAROV, A. & GOMES, A.C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1992.