Doze Homens e uma sentença

O filme Doze homens e uma sentença, é um filme americano, lançado em 1957, que retrata a história de um julgamento de um jovem de 18 anos que teve uma infância difícil devido a pobreza e a instabilidade familiar, com o pai preso e a mãe sem condições financeiras para cria-lo. No julgamento, está sedo acusado de matar seu próprio pai com golpes de canivete.

Baseados em duas testemunhas: um senhor que morava no mesmo prédio da vítima, que ouviu assassino gritando que ia matar a vítima e descendo as escadas; e uma mulher que morava no prédio ao lado, no apartamento de frente ao da vítima, mas que entre eles havia uma linha de trem.A promotoria demonstrou em sua tese que não havia dúvidas da autoria do crime, com a defesa do jovem sendo feita por advogado público e com poucos argumentos contra a acusação, tido como maior álibi, que o jovem na hora do assassinato estava no cinema.

Após toda instrução do julgamento, Doze jurados compostos por homens, irão decidir o futuro do jovem e determinar se ele é culpado ou inocente, se culpado será condenado a morte, todavia, para isso, será necessário a unanimidade dos votos dos jurados.O filme trás à tona uma sistemática muito interessante a despeito do julgamento em um tribunal do júri, durante a instrução são demonstrados todas as provas que podem levar a culpa ou inocência do réu, porém neste julgamento podemos perceber que o réu antes do julgamento já havia sido condenado pelo o seu histórico, o nível socioeconômico e pela cor da pele, a maioria dos jurados não estava preocupado nos argumentos trazidos pela defesa, mas sim em dar uma resposta satisfatória para sociedade, condenando um jovem negro com histórico de vida social duvidosa.

Filme lindo

Porém com maestria o autor do filme coloca um jurado que na ordem dos debates na sala, fica com o número oito, interpretado pelo ator Henry Fonda, que é o único a votar contra a condenação do réu, e diz que votou contra todos, não porque acredita que ele é inocente, mas que o mínimo um garoto de dezoito anos merecia uma reflexão sobre todas as acusações contra ele colocadas.

A partir daí o filme se torna muito interessante, cada um dos jurados deve argumentar seu voto, é o início de encenações e falas dos jurados com debates sobre cada prova trazida pela promotoria. O discurso critico do ator principal começa a trazer duvidas nos demais, logo consegue mudar o voto de parte dos jurados.
Muitos dos jurados trouxeram para o tribunal suas experiencias próprias de vida para o caso, baseando-se no senso comum durante o julgamento outro com desprezo pelo réu, notado quando um deles durante o debate diz – o garoto nasceu em berço pobre e viveu no meio de bandidos, então ele também é bandido – se as testemunhas disseram que viram ele cometer o crime, então ele é culpado – vamos acabar logo com isso tenho um jogo pra assistir.

O que ocorre muitas vezes e é uma crítica que se faz interessante nos julgamentos de tribunal do júri, onde os jurados são pessoas comuns, não só nos EUA, mas em muitos países que adotam esse sistema, é o fato dos jurados levarem para o tribunal suas opiniões pessoais, ou se basearem no senso comum para dar resposta a sociedade que não raro acaba na condenação de inocentes.

O filme faz essa critica e nos mostra que independente dos nossos juízos de valores, devemos sempre nos ater aos fatos e os argumentos apresentados durante não só um julgamento de tribunal do Júri, mas também em todas as nossas analises dentro do mundo jurídico e fora dele.Voltando ao filme, após as argumentações e as críticas feitas às provas da acusação, que convenceram quase todos os jurados da inocência do réu, um deles se mantinha irredutível em mudar seu voto, e em mais uma bela aula de narrativa para demonstrar a importância do debate, a sensibilidade e coerência do julgador, o filme mostra que na verdade o jurado estava culpando o réu de forma sentimental com base na frustação que teve com o filho.

https://www.passeidireto.com/arquivo/1954452/resenha-do-filme-12-homens-e-uma-sentenca

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